quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SEGUINDO O ‘BOM PASTOR’ – Missão em Portugal



“Uma comunidade evangelizadora sente-se continuamente obrigada a expandir a sua presença missionária em todo o território confiado ao seu cuidado pastoral e também na missão orientada para outros povos”(6). 
Convosco, gostava de aprofundar melhor este nº 6 da Carta Pastoral que fala do Bom Pastor, transparência do amor de Deus. E faço-o sublinhando alguns pontos:

1. O Bom Pastor “chama”. É ele quem vem ao encontro de cada um onde quer que se encontre.
Aquele que escuta a Sua voz e se sente interpelado não deixa de fazer aos outros o mesmo convite de Jesus: “Vinde e vede!” (Jo 1,39).

2. Cada um encontra-se “chamado pelo seu nome”. Trata-se de um “conhecimento recíproco”.
Face a uma sociedade favorável ao individualismo, ao anonimato e à etiquetagem numérica das pessoas, é nossa missão promover a pessoa no seu todo para que se sinta parte integrante de uma comunidade.
Nesta perspetiva era bom que se levasse a sério a proposta que aparece no Carta Pastoral: “Torna-se necessário fazer surgir na Igreja Portuguesa Centros Missionários Diocesanos (CMD) e Grupos Missionários Paroquiais (GMP) para que em consonância com as OMP e os Centros de animação missionária dos Institutos Missionários, possam fazer com que a missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral e da vida cristã” (20).

3. O Bom Pastor caminha “à frente” das ovelhas.
A missão leva-nos a “saber aproveitar todas as oportunidades, mas também a saber provocá-las, e lançar mão de capacidades e aptidões, e a saber cultivá-las, para oferecer o Evangelho ao nosso mundo” (26).
É fundamental não ter apenas as crianças e os jovens como simples destinatários da ação missionária da Igreja; é preciso olhá-los como agentes dessa ação missionária até ao ponto de terem a ousadia de partilhar a própria fé além-fronteiras.

4. O Bom Pastor “dá a vida pelas suas ovelhas”. É um ideal nobre que urge e exige de nós a entrega da nossa vida.
É tarefa do Centro Missionário Diocesano ser “o propulsor da consciência e do empenho missionário da Igreja Diocesana, ajudando-a a viver a sua identidade missionária traduzida no empenho específico do anúncio do Evangelho a todas as pessoas, em toda a parte e imprimindo uma dinâmica missionária a toda a atividade diocesana”(21). 

5. O Bom Pastor tem “ainda outras ovelhas que não são deste redil”. A vocação missionária impele-nos a contatar com todas as pessoas que procuram Deus e também com todas aquelas que não pertencem a nenhuma comunidade de fé, empenhando-nos com paixão na chamada primeira evangelização e na “nova evangelização”.
É imperioso constituir, preparar e formar grupos consistentes de evangelização, que no coração do mundo, sintam a alegria de levar o Evangelho a todos os sectores da vida, desde a família, à escola, ao trabalho, aos tempos livres, à solidão, à dor.
“Cada Igreja particular é responsável de toda a missão” (17). Seria bom que as dioceses portuguesas se abrissem às necessidades das outras Igrejas, partilhando generosamente não apenas os dons, mas também os seus sacerdotes. 

A Carta Pastoral interpela a todos, bispos, sacerdotes, leigos. Ela lança desafios que devemos encarar com serenidade, com fé e com ardor.

Texto: P. António Lopes, SVD - Publicação conjunta da MissãoPress
Foto: JCF

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